Introdução
Superstições são uma parte fascinante da cultura global. Originadas de antigas crenças, circunstâncias históricas ou meros acidentes, estas “regras” não escritas têm guiado comportamentos humanos por milênios.
Muitos se questionam se há algum fundamento por trás dessas crenças aparentemente estranhas e irreais. Pode ser dito que, através da lente da história, as superstições possuem raízes profundas nas vidas dos que as criaram.
Neste artigo, procuramos desvendar as histórias intrigantes por trás de algumas das superstições mais populares ao redor do mundo. Curiosamente, por trás de cada conto peculiar, há sempre um vislumbre interessante da mentalidade humana.
Superstições Alimentares e Suas Origens
Uma superstição comum nos países ocidentais é o medo de derramar sal. Isso se deve ao fato de, na antiguidade, o sal ser valioso e raro, usavam-no como moeda de troca. Assim, desperdiçá-lo era visto como um mau presságio.
Outra crença é que não devemos passar facas diretamente nas mãos de outra pessoa. Acredita-se que essa superstição tenha surgido na Inglaterra medieval, onde passar uma lâmina diretamente poderia simbolizar uma declaração de hostilidade.
O ovo é outro alimento cercado de superstições. Em muitas culturas, ovos inteiros ou suas cascas tinham propriedades sagradas e protegiam contra espíritos malignos.
O vinho também tem história. Na França do século XIX, enólogos costumavam esmagar as primeiras uvas da temporada com os pés descalços para garantir uma boa colheita no próximo ano.
Por último, não devemos esquecer da superstição chinesa de nunca virar peixe, pois simbolizaria o capotamento de um barco, trazendo má sorte para os pescadores.
Superstições Relacionadas ao Corpo
Coçar a palma da mão é visto como um presságio de que dinheiro está a caminho. A origem dessa crença é incerta, mas tem sido transmitida por gerações.
A superstição de que cruzar os dedos traz boa sorte provém do Cristianismo primitivo. As pessoas cruzavam os dedos para invocar a proteção divina.
De acordo com uma crença, andar sob escadas traz má sorte. A razão por trás disso é que uma escada encostada na parede forma um triângulo, que em muitas culturas é um símbolo sagrado.
O reflexo de uma pessoa em um espelho também é um tópico de superstição. Acredita-se que quebrar um espelho causa sete anos de má sorte, pois os espelhos, antigamente, eram considerados instrumentos mágicos.
A superstição de que espirrar para a esquerda traz má sorte remonta ao tempo dos romanos. Eles acreditavam que espirros para a esquerda eram maus presságios, enquanto espirros para a direita eram considerados bons.
Finalmente, há a conhecida crença de que abrir um guarda-chuva dentro de casa traz má sorte. Esta crença pode ter começado devido ao perigo de ferir alguém com o mecanismo de abertura do guarda-chuva, transformando-se numa superstição.
Superstições Animais e suas Histórias fascinantes
Gatos pretos são um dos mais reconhecidos símbolos de má sorte, especialmente nos países ocidentais, graças à ligação histórica entre gatos e bruxaria.
Em contraste, na cultura asiática, crê-se que ver um gato branco traz má sorte. Isso é atribuído ao fato de que gatos brancos eram, em tempos antigos, associados à doença e à morte.
Acredita-se que o canto do galo ao amanhecer espanta os maus espíritos, devido à associação com Apolo, o deus grego do sol.
Do mesmo modo, na Inglaterra, diz a crença que é má sorte ver um corvo ou um corvo solitário, uma vez que essas aves eram associadas à morte e à má sorte.
O touro, em muitas culturas, é visto como um símbolo de força e poder, e algumas pessoas acreditam que tocar nos chifres do touro traz boa sorte.
Por fim, na Índia, acredita-se que é auspicioso ver uma vaca logo de manhã, pois a vaca é considerada um animal sagrado no Hinduísmo.
Superstições de Viagens e suas singularidades
Uma antiga superstição marítima diz que é má sorte começar uma viagem numa sexta-feira, possivelmente devido à crença generalizada de que sexta-feira é um dia de má sorte.
A superstição de jogar uma moeda numa fonte para desejar boa sorte é atribuída aos antigos romanos, que acreditavam que beliscar um pouco de sua riqueza apaziguava os deuses da água.
A crença na má sorte de retornar ao viajante que esqueceu algo e voltou para buscá-lo tem raízes antigas. Era um mau presságio para os guerreiros retornarem a casa depois de terem começado suas jornadas.
Não contar o número de estrelas enquanto viaja, especialmente à noite, é uma superstição comum, porque as pessoas acreditavam que isso traria infelicidade e má sorte.
Na Grécia antiga, os marinheiros acreditavam que ver golfinhos durante uma viagem de barco era um bom presságio.
Por último, tocar madeira para evitar o infortúnio tem suas raízes no paganismo. Acreditava-se que boas forças viviam dentro das árvores e que tocar madeira iria assegurar a proteção dessas forças.
As superstições podem parecer ilógicas para as mentes científicas da atualidade. No entanto, elas são uma marca indelével de nossas culturas ancestrais, enriquecendo nossas vidas com histórias místicas e revelações sobre o passado. Muitos de nós, mesmo sem acreditar profundamente nelas, ainda respeitamos essas tradições popularmente arreigadas. É uma maneira persistente e única de mantermos vivos os costumes dos nossos ancestrais e celebrarmos o folclore que proporciona um vislumbre de nossas origens. Afinal, quem sabe? Talvez haja mais verdade nessas superstições do que estamos dispostos a creditar.